Izilda possui uma horta, quase um “oásis”, diversificada, em meio a paisagem de pasto que nesta época do ano fica completamente seca. Ela sustenta as três filhas – uma delas na faculdade – com a venda dos seus produtos na feira. Nestes poucos meses em que está sendo acompanhada pelo Projeto de Agroecologia do Sínodo da Amazônia (Proasa), da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), passou a utilizar técnicas de cobertura de solo e fertilizantes naturais, o que resultou em melhora de qualidade e de produtividade da horta.
A família de Izilda, assim como outras 19, estão sendo atendidas pelo Proasa na sua transição para a agroecologia. A assessora de projetos da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), Juliana Mazurana, que acompanha a execução do projeto, visitou algumas propriedades junto com a diaconisa e engenheira agrônoma Roseli Magedanz, coordenadora do Proasa. “As orientações técnicas são muito simples, mas em pouco tempo os resultados estão visíveis”, confirmou Juliana.
“Fiz R$ 300,00 só vendendo abóboras na feira”, comemora Josias Tech, de Espigão do Oeste. “Já estou plantando de novo.” Junto com a esposa Alice, Josias começou uma horta orgânica depois de ter sido gravemente intoxicado por uso de agrotóxicos, especialmente para o controle de parasitas no gado. Passou a trabalhar como pedreiro e guarda noturno para garantir o sustento da família. Com incentivo do Proasa e com muito esforço iniciou uma horta, ainda pequena, onde colhe quiabo e abóboras. O cultivo do abacaxi, rústico e adaptado ao solo e ao clima da região, complementa a renda familiar. Animado, planeja em breve voltar a viver apenas da agricultura, desta vez ecológica.
Na cidade de Cacoal, a visita foi feita a Antônio e Fátima Custódio, que têm uma caminhada mais longa na produção ecológica. Eles saíram do Paraná há muitos anos, onde plantavam soja, e foram para Rondônia. O objetivo da mudança foi produzir sem usar químicos, de forma a conservar a biodiversidade. Através de técnicas de base ecológica, como cobertura de solo, adubação verde e compostagem, recuperaram o solo – que estava degradado – da propriedade adquirida.
O conhecimento e o amor de Antônio e de Fátima fazem deles multiplicadores da proposta agroecológica. Hoje, manejam áreas agroflorestais, utilizam o programa de agricultura integrada e sustentável (PAIS), extraem látex de seringueira, produzem café, plantas medicinais, frutas diversas e criam pequenos animais. “Ouvi-los é suficiente para ficar encantado com a riqueza e as possibilidades da floresta amazônica”, disse Juliana.
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Juliana Mazurana viajou de primeiro a 20 de agosto, visitando projetos apoiados pela FLD na região norte do país. Nos dias 2 e 3 de agosto, esteve na Rondônia, acompanhada pela coordenadora do Proasa, Roseli Magedanz.
Na foto da home: Antônio Custódio, em Cacoal, e o amor pela terra e pela biodiversidade da região amazônica.
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