“Destruímos o ser humano, para criar bons consumidores. Acabamos com amoral e as virtudes e promovemos os vícios. Mas este ser humano não está mais em harmonia com a natureza, o cosmo, nem com ele mesmo” (Ana Primavesi). Palavras de sabedoria de uma pessoa que está em comunhão com a natureza e na busca de alternativas para um planeta sustentável. Nesta sabedoria o PROASA – Projeto de Agroecologia do Sínodo da Amazônia busca sua inspiração e motivação para fazer seu trabalho em prol da sustentabilidade na agricultura.
A palavra sustentável é muito utilizada, profanada e desvirtuada. Tudo e todos são sustentáveis. O nosso papel é tornar pratica e concreta esta sustentabilidade, com ações que resgatem os saberes empíricos, os conhecimentos dos nossos avôs aliados a novas técnicas de produção sem uso de adubações químicas e agrotóxicos tão prejudiciais a saúde e ao ambiente. Cada dia que passa há mais tecnologias que servem para melhorar a nossa vida, tornar tudo mais prático e rápido. Na agricultura a premissa é a modernização. O uso de máquinas agrícolas pesadas, de agrotóxicos é regra infalível para uma alta produção com lucros garantidos e sucesso. Porém perdemos toda moral, ética e promovemos as piores ações de destruição.
Como fazer uma agricultura sustentável? Ou melhor como produzir sem agrotóxicos e adubos químicos? A primeira resposta que vem a tona: é impossível produzir sem estes insumos. Mas nós do PROASA e de projetos parceiros podemos afirmar o contrário. É possível sim, produzir sem agrotóxicos e adubos químicos e produção de qualidade, isto é, iguais em tamanho e melhores em qualidade. Pois as pesquisas mostram que as contaminações e as altas doses de adubos químicos alteram o sabor dos alimentos, e conseqüentemente alteram o teor de nutrientes, vitaminas e sais minerais nos alimentos ingeridos.
Algumas técnicas simples que fazem parte de um manejo sustentável vamos descrever a seguir:
Cobertura com folhas secas e trituradas de bananeira |
Na região em que estamos, Região Amazônica, o clima é muito quente, o que não pode faltar em qualquer cultivo, seja, anual como arroz, feijão, milho, verduras e legumes, ou perene, como café, cacau, é a cobertura morta, que além de permitir a infiltração da água, reduz o crescimento de plantas daninhas e mantêm a temperatura do solo equilibrada. Chamamos de cobertura morta as palhas secas, folhas de manga ou outras que temos em nossos pátios, “nas quais adoramos colocar fogo no fim da tarde”. Portanto, em qualquer canteiro, vaso, planta, não pode faltar a cobertura morta.
Compostagem com folhas de manga, jaca, esterco. |
Outra técnica de baixo custo e simples de fazer é a compostagem feita com palhas, esterco, bananeiras, cinzas e outros materiais, de preferencia disponíveis na propriedade. A compostagem faz-se em camadas, isto é, a primeira camada de palhas (qualquer palha, como folhas de manga, de fícus, palha de milho, café) esta camada de 20 centímetros, após mais 5 centímetros de esterco pode ser bovino, suíno ou de aves, dando preferência ao esterco bovino, entre cada camada pode-se colocar, talos de bananeira cortados em pedaços, cinza, não esquecendo de milhar a cada camada completada. Mais informações podem ser acessadas no Blog do Projeto de Agroecologia do Sínodo da Amazônia. Duvidas e informações também podem ser esclarecidas via e-mail projetoasa@gmail.com.
Precisamos reaprender com nossos avôs a magia de trabalhar com a terra, a interpretar o que ela nos fala. Conhecer a terra e manejá-la de acordo com suas aptidões é a premissa para um planeta sustentável no qual podemos continuar habitando.
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