sexta-feira, 4 de maio de 2012

Queimanda Osso e Casca de Arroz para fazer adubos

Tripé do cano para queimar osso
A partir da capacitação ocorrida em novembro de 2011, sobre Saúde do Solo com Sebastião Pinheiro, aprendemos a pratica da queima do osso com de casca de arroz. Este procedimento é realizado para fazer adubos ricos em fósforo.
Chaminé com os ossos empilhados ao redor
Para fazer farinha de osso e a cinza da casca de arroz, precisa-se de um cano de metal de 1,8 m com um tripé de 20 a 25 cm na base, para permitir a subida do calor e da fumaça. Monta-se o cano (chaminé) com o tripé e inicia-se colocando alguma madeira e palha, após enfileira-se os ossos e assim que pegar fogo coloca-se a palha de arroz por cima dos ossos em chamas.Colocar fogo pelo orifício inferior e deixar queimar. Os ossos com sua gordura natural facilitam esta queima, cuja temperatura chega aos 600 graus Celsius.
Isto deve ser feito a céu aberto e longe de fios, árvores, construções ou caminhos, pois a temperatura liberada chega a mais de dez metros de distância. (Pode ser utilizado no inverno para combater a formação de geadas, neste caso é bom misturar com casca de coco babaçu, que produz muitíssimo calor).  Esta queima deve durar mais de dez horas, para a oxidação total dos ossos, Apatita e Silício.
Casca de arroz jogada por cima dos ossos com fogo.
Geralmente a queima não é completa e os ossos e as cinzas da casca de arroz não ficam bem brancos, sem nada carbono (escuro, azulado), pelo que devemos promover uma moagem dos ossos e cinzas e queimar por segunda vez para obter o pentóxido e trióxido de Fósforo.
A segunda queima é mais sofisticada que a primeira, deve ser feita após a moagem dos ossos e mistura com as cinzas da casca de arroz na proporção de 10 de casca de arroz para um de cinza de ossos ou apatita.   O uso de casca de arroz funciona como catalisador idêntico ao carvão vegetal na siderurgia, e, possibilita a redução da farinha de ossos/apatita a óxidos de Fósforo.
Farinha de osso = osso triturado
Esta requeima pode de forma racional aproveitar a energia da primeira queima de ossos e casca de arroz ou com outro combustível (lenha/carvão mineral).
A partir do processo acima descrito, faz-se a água de vidro e os fosfitos.
Água de vidro é um importante protetor das plantas contra o desenvolvimento de doenças fúngicas e bacterianas por diversas funções mecânicas e imunológicas. Como fazer: casca de arroz queimada. Deixa-se de 4 a 6 dias de molho em água, ou se houver pressa coloca-se de molho em água quente podendo ser utilizada logo após esfriar. A proporção do molho é de 2 por 1, duas partes de água e 1 de cinza. E a porcentagem a utilizar é de 1 a 5% dependendo da necessidade, clima (fazer testes). Cura a vassoura de bruxa do cacau e do cupuaçu. A cinza de arroz tem de 73 a 75% de silicato de potássio, cinza de vulcão. O segredo para ver o ponto da água de vidro é colocando a mão na água, ao retirar e deixar secar por um minuto forma uma camada parecida com açúcar. Água de vidro controla a cigarrinha, engrossa a epiderme das plantas. Dissolve-se de 10 a 20% em água quente ou normal e depois usa-se 1 copo em 20 l. Usa-se foliarmente na planta.
Fosfitos: agem primeiramente para eliciar, ativar, as defesas das plantas.
Osso queimado = fosfato de cálcio. Osso + casca de arroz = fosfato de potássio. Fosfato de potássio + melado, melaço ou coca-cola = fosfito que bloqueia as toxinas que se desenvolvem nas plantas. Coloca-se 2 partes de melaço e 1 parte do osso  queimado e triturado, até formar uma pasta. Esta pasta pode ser guardada por até 2 anos. Utiliza-se esta pasta a 5% via foliar, mas deve-se fazer os testes para ver se dá resultado. Fosfito para alface 200ml para cada bomba de 20 litros.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Capacitação sobre Cromatografia do solo


Em novembro de 2011 estivemos, em Ouro Preto do Oeste numa capacitação sobre Cromatografia e saúde do solo. Cromatografia é “uma análise integral do solo”. É uma análise rápida, fácil e barata, que permite ao agricultor observar e acompanhar o desenvolvimento, a saúde física, química e biológica de seu solo. É a leitura da qualidade de vida do solo.

O Projeto de Agroecologia do Sínodo da Amazônia – PROASA, juntamente com a Emater local, realizou nos dias 20 e 21 de abril em Alto Alegre dos Parecis a primeira etapa do curso de Cromatografia com os agricultores e parceiros da região. O tempo foi curto, mas os resultados foram muito animadores. O grupo pequeno de agricultores permitiu que aproveitássemos melhor o tempo e discutimos cada análise com o grupo e chegamos a diagnósticos impressionantes. Até uma criança de 8 anos participou e no final comentou: “Esta análise nos ajudou a ver melhor nossa terra e agora podemos trabalhar para recuperá-la”.


No próximo dia 15 de maio teremos outro encontro com os agricultores, porém neste dia o tema será Homeopatia na agricultura, que é outra ferramenta de suma importância na agroecologia.

Cromatografia - Saude do solo

O que é a Cromatografia de Solo de Pfeiffer?
É uma “análise de solo integral”, que permite o diagnóstico e acompanha seu tratamen-
to de forma auto-interpretativa (pelo próprio agricultor). Para um agricultor (ou agrônomo) a Análise de Solo indica números, quantos miliequivalentes de determinado mineral ou minerais está em seu solo, qual é seu pH estático e qual a porcentagem de matéria orgânica, conforme os interesses acordados por von Liebig em Göttingen, Alemanha, e seu pupilo J.H Gilbert em Rothamstead, Reino Unido, com finalidade de garantir os interesses no comércio de fertilizantes industriais. Entretanto, estes parâmetros e valores jamais foram indicativos da higidez ou saúde do solo, nem permite prognósticos sobre o que se está fazendo. Eram meros produtos da ciência positiva de interesse industrial transformados em crença, ideologia e resultados. A cromatografia de solos permite de forma rápida, fácil e barata uma leitura pelo próprio agricultor da situação de seu solo através do tempo-espaço da mesma forma que um pai acompanha o crescimento, desenvolvimento, estado de saúde física e mental do filho, com capacidade de intervenção, quando for necessário.
O que se busca, então, em um cromatograma?
Busca-se a leitura da vida, ou melhor, da “qualidade de vida do solo” em determinado momento. Isto
é facilmente visualizado em um cromatograma, através da harmonia de cores e desenhos entre todos
os diferentes componentes (mineral, orgânico, energético, eletromagnético) do solo. Assim é possível saber se um determinado mineral está em harmonia com a matéria orgânica, pH, biodiversidade de microrganismos ou grau de oxidação/redução de enzimas, vitaminas e proteínas e como se pode
alterar positivamente a situação encontrada para alcançar esta meta.
Lembremos que a qualidade de uma Filarmônica não se mede pelo número de violinos, violoncelos clarinetes, flautas, tambores ou pratos que a compõem, mas pela habilidade na execução de cada instrumento em harmonia nos acordes no cumprimento da métrica regida, que é mais importe que o número de instrumentos ou porcentagens. Contudo, na execução musical ou no cromatograma é possível observar os mínimos detalhes e cinética da atividade enzimática específica durante a fermentação ou equilíbrio protêico na formação da matéria orgânica do solo. E isto vai depender do aprendizado de quem o está realizando, o próprio agricultor e sua família... O cromatograma é uma radiografia do solo e planta.
Este método de Cromatografia Circular Plana permite também avaliar a qualidade dos alimentos nele produzidos.
Fonte: Cartilha da Saúde do Solo (Cromatografia de Pfeiffer) pg,27 e 28